A petroleira britânica BP prometeu se pronunciar neste domingo sobre uma exigência das autoridades americanas de que a empresa identifique e ponha em operação novas medidas para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, que já leva quase dois meses.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos deram à BP um prazo de 48 horas para que apresente um plano adicional de contenção do vazamento de petróleo no Golfo do México. O prazo termina neste domingo à noite.
Um executivo da companhia, Doug Suttles, afirmou que a petroleira está buscando novas possibilidades para conter o vazamento.
O ultimato da Guarda Costeira foi dado na sexta-feira, mas divulgado apenas no sábado.
Em uma carta à direção da empresa, o almirante James Watson exigiu que a companhia "identifique capacidade adicional de contenção do vazamento" e ponha em operação novas medidas para conter o fluxo do óleo.
O almirante apontou a revisão das estimativas de vazamento feitas na semana passada pela agência geológica americana, US Geological Survey. O órgão afirmou que o vazamento pode ter chegado a 40 mil barris de petróleo diários no início deste mês, o dobro do que se estimava.
"Com a revisão das estimativas indicando um fluxo substancialmente maior de petróleo do poço Maçado 252, está claro que é urgente e necessária uma maior capacidade (de coleta do óleo)", escreveu Watson na carta.
"Preocupa-me que seus planos correntes não possibilitem a máxima mobilização de recursos para prover a capacidade de coleta consistente com as estimativas revisadas de fluxo."
Parte desse fluxo foi contida com a colocação de um funil para recolher o óleo da tubulação danificada, no dia 3 de junho.
Na semana passada, a BP afirmou que está recolhendo 15 mil barris diários de petróleo. No mês passado, a empresa estimava que o vazamento era de 5 mil barris por dia.
Conversa
O petróleo está vazando de um poço danificado a 1,5 mil metros de profundidade no Golfo do México desde a explosão da plataforma operada pela BP, a Deepwater Horizon, no dia 20 de abril, em um incidente que matou 11 trabalhadores.
No sábado, o vazamento foi tema de uma conversa telefônica de 30 minutos entre o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Cameron expressou pesar pelos prejuízos ambientais causados pelo vazamento, que vem sendo considerado o maior da história dos Estados Unidos.
De sua parte, Obama disse que reconhece que a BP é uma empresa multinacional e que não tem interesse em minar seu valor.
O ministro britânico do Exterior, William Hague, disse que ambos concordaram que "há tantos acionistas americanos da BP quanto britânicos".
Em uma entrevista à BBC neste domingo, Hague afirmou que o governo britânico está oferecendo aos EUA grandes quantidades de produtos químicos para ajudar a limpar o vazamento.
As críticas de Obama à BP vêm sendo intensas e geraram acusações de alguns executivos britânicos de que o presidente americano estaria usando linguagem “anti-britânica”.
Dividendos
A petroleira britânica está sob intensa pressão do governo americano para arcar com a operação de limpeza no Golfo do México.
Enquanto ainda não existe certeza sobre a escala do desastre - e sobre o tamanho do rombo que ele causará às contas da BP -, a empresa está considerando suspender o pagamento de dividendos aos seus acionistas.
A companhia estuda atrasar o pagamento de 1,8 bilhão de libras (cerca de R$ 4,8 bilhões) por trimestre até que a crise possa ser controlada e a escala total das responsabilidades da companhia seja determinada.
Embora se espera que os diretores da BP se reúnam na segunda-feira para tomar a decisão, qualquer anúncio formal só será feito depois das negociações da companhia com o presidente americano, Barack Obama, na quarta-feira.
O editor de negócios da BBC Robert Peston disse que a BP crê possuir os recursos para pagar a conta, ainda que o custo total da operação de limpeza, pagamento de multas e indenizações supere os 20 bilhões de libras (cerca de R$ 53,4 bilhões).
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