segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Diárias de hotéis vão ficar mais caras.

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Preços subiram 10% mesmo em um ano de crise como 2009; falta de investimentos deve manter tarifas em escalada


João Sandrini

São Paulo - As diárias médias cobradas pelos hotéis brasileiros tiveram um reajuste de 10,4% no ano passado, para 181 reais. O aumento aconteceu apesar de a crise ter derrubado a taxa média de ocupação dos hotéis em 1,4 ponto percentual, para 63%. Com o pequeno número de novos projetos em andamento, a tendência é que os preços das diárias continuem nos próximos anos o movimento de escalada iniciado em 2005.

Essas são as principais conclusões do estudo `Hotelaria em Números - Brasil 2010`, elaborado pela Jones Lang LaSalle Hotels, líder mundial em consultoria para investimentos em hotelaria. O levantamento, obtido por EXAME, mostra que a crise mundial causada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos reduziu a ocupação dos hotéis brasileiros, mas um movimento de reversão começou a ser percebido no segundo semestre do ano passado. Em 2010, a tendência de crescimento se acentuou. Entre janeiro e maio, a receita por quarto dos hotéis brasileiros registrou um aumento de 15%, segundo o Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

A forte expansão está diretamente atrelada ao bom momento da economia brasileira. Governo e bancos de investimentos estimam que a expansão do PIB neste ano deva ficar próxima a 7%, uma das maiores das últimas décadas. Para que o aumento da demanda por quartos não gerasse pressão sobre os preços, seriam necessários volumosos investimentos.

Mas não é isso que se vê no setor. Existem atualmente 153 projetos hoteleiros em construção ou em fase adiantada de planejamento no Brasil. São no total 24.147 novos apartamentos a serem colocados à disposição dos hóspedes nos próximos anos, o que representa um acréscimo de apenas 5,5% à rede hoteleira já instalada no país. `O crescimento dos índices de ocupação e da diária média, a melhoria da economia e o baixo aumento da oferta hoteleira indicam uma tendência de expansão significativa da receita dos hotéis nos próximos três anos`, diz Ricardo Mader, sócio da Jones Lang LaSalle.

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