sábado, 2 de outubro de 2010

Azul fecha parceria com Magazine Luiza e quer 20% do mercado até 2013.

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A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira o início do projeto piloto para venda de passagens em parceria com o Magazine Luiza. As primeiras cidades que contarão com o serviço, o Luiza Viagens, serão Campinas, Sorocaba e Limeira, em São Paulo.

O presidente da Azul, Pedro Janot, afirmou após evento da Câmara Britânica, no Rio, que as duas empresas têm em comum o foco voltado para clientes e serviços. Além disso, destaca que as duas têm presença forte no interior de São Paulo. A medida está em linha com as iniciativas adotadas pelas companhias aéreas para pulverizar os pontos de venda e ficar mais próximas do consumidor da classe C.

A conquista do passageiro da nova classe média é um dos principais interesses das companhias aéreas hoje. A TAM já iniciou um modelo de venda com as Casas Bahia. A Gol lançou uma loja do programa Voe Fácil, de compras parceladas, em São Paulo.

A Azul é hoje a terceira maior companhia aérea do país, com uma participação de mercado de 6,14% de acordo com os dados de agosto divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Janot estima que a companhia encerrará o ano com um percentual de 8% e que chegará a um patamar de 15% a 20% do mercado em 2013.

Na avaliação do presidente da companhia, a expansão será impulsionada não só pelo crescimento do mercado doméstico e da maior participação da nova classe média, como também pela estratégia de criar voos diretos entre cidades que normalmente não contam com este tipo de serviço.

A companhia deve chegar ao fim de 2010 com 26 aviões. Até o fim do próximo ano chegará a 40 aeronaves da Embraer. Além disso, a partir de 2011 ela começa a receber os primeiros turboélices ATR-600 de uma fabricante franco-italiana.

Segundo Janot, a companhia mapeou 60 cidades de menor porte que poderão ser atendidas por estes aviões. Alguns mercados potenciais ficam no interior de São Paulo e no Nordeste. A ideia é ligar polos industriais a cidades de maior porte.

Apesar dos planos de crescimento rápido nos próximos anos, Janot destacou que o setor ainda enfrenta problemas reais de infraestrutura. Questionado sobre os preparativos para a Copa de 2014 disse que há um percentual muito baixo de obras aeroportuárias previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prontas. "Com a nova presidente Lula chegando, essas obras vão ser tocadas sem a 8.666 [lei de licitações]. Até 2014 nem tudo vai estar pronto e vamos estar viajando com os aeroportos em obras. O problema de capacidade não está em 2014, mas já agora, amanhã", disse. Ele destacou o ritmo de crescimento do setor, que acumula alta de 27,04% até agosto.

Ele afirmou ainda que há dificuldade em remanejar infraestrutura em aeroportos, como os balcões de atendimento das companhias aéreas. "A Anac é uma agência muito jovem e assim como as demais agências, ela não tem liberdade política para fazer o seu papel", disse.

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