Com pesadas taxas corroendo o poder de compra do brasileiro, o calote tem aumentado consideravelmente no varejo e as dívidas em atraso atingiram, em setembro, o maior patamar em 10 anos — crescimento de 1,6% frente a agosto. O consumidor, empolgado com o crédito farto no país, está comprando como nunca. Hoje, 23,8% da renda é destinada à quitação das prestações do sonho brasileiro: são máquinas de lavar, carros e televisores, tudo parcelado a perder de vista. O problema é que de cada R$ 100 gastos com a mensalidade de um financiamento mais da metade, ou R$ 55,88, vai exclusivamente para o pagamento de juros.
O cartão de crédito e as financeiras são os que mais têm levado o consumidor à forca em função das taxas cobradas. Quando essas linhas de crédito são procuradas, os consumidores já estão no limite do endividamento e esgotaram todas as possibilidades mais baratas. No mês, a inadimplência nos dois segmentos
juntos cresceu 7,2% contra agosto, informa levantamento da Serasa Experian. São tantos brasileiros enrolados em contas quase impagáveis que, de todos os inadimplentes, 34,2% tiveram o nome incluso no banco de dados da empresa por causa de dívidas com operadoras do plástico e com as financeiras. Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, além de o brasileiro padecer de “falta de educação financeira”, as taxas cobradas nessas modalidades de crédito são absurdas.
De acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros impostos nos dois segmentos são os mais pesados do país. Os cartões, quando o consumidor entra na amortização mínima, chegam a cobrar incríveis 237,51% ao ano. As financeiras, um pouco menos, 213,54%. Nenhuma aplicação financeira pode garantir um retorno assim em 12 meses. “Os juros são pesados nessas duas modalidades, mas o consumidor não vê isso. Quando ele vai para o cartão, está em busca da possibilidade de rolar a dívida ao fazer o pagamento mínimo”, explicou Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa.
Descontrole
Na visão de especialistas, a inadimplência tende a aumentar quando o desemprego também se expande. No Brasil, porém, o crescimento do calote tem ocorrido por outro motivo: descontrole orçamentário e falta de informação. Com a migração de 30 milhões de brasileiros da classe D para a C, movimento impulsionado pelo aumento da renda, todo esse contigente passou a ter acesso a modalidades de financiamento que antes lhe eram negadas, como o cartão de crédito. Sem o hábito de calcular juros, o consumidor tende a se preocupar apenas com o tamanho da parcela e se esquece de checar se terá como manter o fluxo de pagamento a longo prazo.
Para os próximos meses, em função das datas comemorativas de fim de ano, analistas de risco afirmam que a inadimplência registrará ainda outras altas. “O brasileiro vai parcelar muitos presentes e esquecerá dos impostos e matrículas escolares no início de 2011. Quando chegar lá, não terá como pagar as prestações que fez em dezembro”, alertou Almeida.
Para sair do buraco
Com a inadimplência crescendo mês a mês, analistas aconselham aos consumidores que desejam manter o poder de compra e o acesso ao crédito sempre ponderar se realmente necessitam daquele produto. Em segundo lugar, a pessoa nunca deve comprometer mais de 30% dos rendimentos com dívidas de longo prazo, a exemplo de parcelamentos em até 72 vezes. A dica é poupar para depois gastar. Os financiamentos que duram anos cobram juros altos e, ao fim do período, o consumidor terá desembolsado o suficiente para comprar dois ou mais itens semelhantes ao adquirido.
Para os que entraram na ciranda do cartão de crédito e das financeiras, a dica é tentar trocar essas dívidas por outra mais barata, como o crédito direito ao consumidor, o CDC bancário. O objetivo, com essa estratégia, é trocar a bola de neve por uma modalidade de parcelas fixas. Educadores financeiros alertam, porém, que isso só funciona se a pessoa realizar um saneamento orçamentário para saber como cortar gastos e poupar.
O cartão de crédito e as financeiras são os que mais têm levado o consumidor à forca em função das taxas cobradas. Quando essas linhas de crédito são procuradas, os consumidores já estão no limite do endividamento e esgotaram todas as possibilidades mais baratas. No mês, a inadimplência nos dois segmentos
juntos cresceu 7,2% contra agosto, informa levantamento da Serasa Experian. São tantos brasileiros enrolados em contas quase impagáveis que, de todos os inadimplentes, 34,2% tiveram o nome incluso no banco de dados da empresa por causa de dívidas com operadoras do plástico e com as financeiras. Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, além de o brasileiro padecer de “falta de educação financeira”, as taxas cobradas nessas modalidades de crédito são absurdas.
De acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros impostos nos dois segmentos são os mais pesados do país. Os cartões, quando o consumidor entra na amortização mínima, chegam a cobrar incríveis 237,51% ao ano. As financeiras, um pouco menos, 213,54%. Nenhuma aplicação financeira pode garantir um retorno assim em 12 meses. “Os juros são pesados nessas duas modalidades, mas o consumidor não vê isso. Quando ele vai para o cartão, está em busca da possibilidade de rolar a dívida ao fazer o pagamento mínimo”, explicou Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa.
Descontrole
Na visão de especialistas, a inadimplência tende a aumentar quando o desemprego também se expande. No Brasil, porém, o crescimento do calote tem ocorrido por outro motivo: descontrole orçamentário e falta de informação. Com a migração de 30 milhões de brasileiros da classe D para a C, movimento impulsionado pelo aumento da renda, todo esse contigente passou a ter acesso a modalidades de financiamento que antes lhe eram negadas, como o cartão de crédito. Sem o hábito de calcular juros, o consumidor tende a se preocupar apenas com o tamanho da parcela e se esquece de checar se terá como manter o fluxo de pagamento a longo prazo.
Para os próximos meses, em função das datas comemorativas de fim de ano, analistas de risco afirmam que a inadimplência registrará ainda outras altas. “O brasileiro vai parcelar muitos presentes e esquecerá dos impostos e matrículas escolares no início de 2011. Quando chegar lá, não terá como pagar as prestações que fez em dezembro”, alertou Almeida.
Para sair do buraco
Com a inadimplência crescendo mês a mês, analistas aconselham aos consumidores que desejam manter o poder de compra e o acesso ao crédito sempre ponderar se realmente necessitam daquele produto. Em segundo lugar, a pessoa nunca deve comprometer mais de 30% dos rendimentos com dívidas de longo prazo, a exemplo de parcelamentos em até 72 vezes. A dica é poupar para depois gastar. Os financiamentos que duram anos cobram juros altos e, ao fim do período, o consumidor terá desembolsado o suficiente para comprar dois ou mais itens semelhantes ao adquirido.
Para os que entraram na ciranda do cartão de crédito e das financeiras, a dica é tentar trocar essas dívidas por outra mais barata, como o crédito direito ao consumidor, o CDC bancário. O objetivo, com essa estratégia, é trocar a bola de neve por uma modalidade de parcelas fixas. Educadores financeiros alertam, porém, que isso só funciona se a pessoa realizar um saneamento orçamentário para saber como cortar gastos e poupar.
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