quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Costa da Austrália está ameaçada por aumento do nível do mar, diz relatório

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Praia de Bondi em Sydney, Austrália

Cerca de 80% dos australianos vivem em áreas costeiras

Um relatório oficial do Parlamento da Austrália afirmou que o governo do país poderá ter que obrigar os moradores das áreas costeiras a se retirarem da região devido ao aumento do nível do mar.

A Força-Tarefa Nacional de Mudança do Mar afirmou que são necessárias ações urgentes para proteger a costa australiana do aumento do nível do mar, que deve ultrapassar os 80 centímetros.

O documento foi divulgado nesta semana depois de 18 meses de estudo da situação da região costeira da Austrália.

Segundo o relatório parlamentar, 80% dos australianos já vivem na costa do país. O texto afirma que o governo deve introduzir leis para proibir mais ocupação e empreendimentos imobiliários na região costeira.

O documento pede que as autoridades do país pensem na "possibilidade (da criação) de um instrumento do governo que proíba a ocupação da terra ou de futuros empreendimentos imobiliários devido à ameaça do mar".

Recomendações

O relatório fez quase 50 recomendações, que vão desde um plano para a região costeira e maior cooperação entre vários órgãos de governo até a revisão do código de construções para enfrentar tempestades e erosão do solo.

Alan Stokes, o diretor executivo da força-tarefa, afirmou que a proibição de construções em algumas áreas será necessária se o governo quiser evitar uma grande perda de vidas no caso de desastres naturais como tsunamis.

"Não há dúvida de que a Austrália continua sendo uma comunidade costeira. Mas, teremos que ser mais cuidadosos a respeito de quais partes da costa vamos ocupar ainda mais e quais não vamos", afirmou.

O documento não afirma que o governo deve obrigar as pessoas a se mudarem das áreas costeiras, mas propõe a criação de um grupo independente para avaliar se o governo poderia ou deveria fazer isto.

As grandes cidades da Austrália estão nas áreas costeiras, além das casas de cerca de 6 milhões de pessoas fora dos principais centros populacionais do país, segundo o relatório.

"O comitê concorda que esta é uma questão de importância nacional e que o momento para agir é agora", afirmou a Comissão Permanente sobre Mudança Climática, Água, Ambiente e Artes da Câmara dos Representantes.

Na semana passada, o governo voltou a introduzir a legislação de comércio de carbono que foi rejeitada em agosto e faz parte de um pacote de leis que visa cortar a emissão de gases de efeito estufa em até 25% até 2020.

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