domingo, 1 de novembro de 2009

Sobrevivente: houve pane e piloto teve que desligar o motor

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A servidora da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Josiléia Vanessa de Almeida, técnica em enfermagem, afirmou neste sábado, ao desembarcar no Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus (AM), às 17h30 (19h30 horário de Brasília), que houve pane no avião e o piloto teve que desligar o motor. Josiléia estava na aeronave C-98 Caravan da FAB, que fez um pouso forçado na manhã de quinta-feira, em um pequeno rio (igarapé Jucurupá), afluente do rio Ituí, entre os municípios de Cruzeiro do Sul (AC) e Tabatinga (AM).

"Já estávamos com uns 45 minutos de voo. Quando todos ouviram um barulho diferente no motor. Todo mundo se assustou. O motor foi falhando, a hélice foi parando e a gente começou a sentir cheiro de fumaça, de queimado. Então, foi quando o piloto anunciou que tinha havido uma pane no motor e que tinha de cortar o motor porque senão iria pegar fogo no avião. Nesse momento, parou totalmente o avião em pleno voo", disse Josiléia.

A funcionária da Funasa, que não sabe nadar e está com 14 semanas de gestação, disse que "a calma de todo o grupo foi essencial". A atuação da tripulação também foi indicada pela sobrevivente como fator chave para que pelo menos 9 pessoas terem sobrevivido. Neste sábado, a FAB informou que localizou o corpo do servidor da Funasa João de Abreu Filho. O suboficial Marcelo dos Santos Dias segue desaparecido.

Segundo a técnica, o piloto da aeronave, o primeiro-tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, passou orientações antes do pouso forçado. "Antes de pousar, nós ficamos de 5 a 7 minutos com o motor totalmente parado. Nós fomos orientados a tirar os sapatos, sandálias e relógio. Ficamos em posição de impacto. E ele (o piloto) orientou que todos saíssem do avião assim que houvesse o impacto, pois não não saberia qual seria a proporção desse impacto".

De acordo com a servidora, o piloto disse que, assim que o avião parasse, um dos tripulantes iria para a porta traseira, a abriria e todos deveriam sair por ela. "Na hora em que o avião pousou, foi o momento mais aterrador para todos", disse.

Segundo a sobrevivente, tudo aconteceu muito rápido, e o avião bateu na água violentamente. "Foi uma questão de segundos entre a queda e ele (avião) afundar totalmente. Ele caiu, bateu na água, bateu também num barranco. Uma das asas quebrou e ele virou. Eu estava do lado da janela. O vidro começou a trincar e a água começou a entrar dentro da aeronave".

Segundo Josiléia, a atuação do suboficial Marcelo Dias, que até as 5h de domingo segue desaparecido, foi exemplar. "Foi ele quem abriu a porta traseira e ajudou todo mundo sair. Depois que chegamos à margem, nós fizemos fogueira e eu fui a que menos sofreu com os mosquitos porque passei lama da beira do rio no meu corpo todo", afirmou.

Josiléia, que foi recebida por funcionários da Funasa de Manaus, foi à capital para fazer exames e ver como está sua gravidez.

2 comentários:

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