Condomínios com piscina, churrasqueira, salão de festas, espaço gourmet e até biblioteca. Os imóveis voltados à baixa renda ganharam espaço no mercado imobiliário e estão mais equipados. Os lançamentos em São Paulo custam de R$ 75 mil a R$ 145 mil e ficam em bairros mais afastados do Centro --a maioria na zona leste--, têm entre dois e três dormitórios e espaços reduzidos, que variam de 45 a 65 metros quadrados.
`As construtoras hoje conseguem fazer empreendimentos [para a baixa renda] com os utilitários do alto padrão`, afirma Maurílio Scacchetti, diretor da consultoria de imóveis HabitCasa, divisão para o segmento econômico da Lopes. Um dos fatores que torna isso possível é o tamanho dos empreendimentos, que chegam a ter mil unidades. Assim, a exclusividade em utilizar a piscina, por exemplo, é praticamente nula.
`Os acabamentos também são adaptados à realidade. Em um empreendimento do segmento econômico, a piscina será de azulejo e não de mármore, por exemplo`, acrescenta Henrique Bianco, presidente da HM Engenharia, construtora que atua exclusivamente no segmento econômico. A empresa oferece imóveis com valor médio de R$ 95 mil, sendo a maioria de dois dormitórios e com 48 metros quadrados.
Além disso, a concorrência entre as construtoras tem contribuído para as melhorias nos empreendimentos. `Com o crédito em alta, mais pessoas estão podendo comprar e a disputa entre as empresas cresceu. Quem apresentar mais diferenciais, leva a vantagem`, acrescenta Bianco.
A HM Engenharia, que além de atuar na capital está presente no interior do Estado, aumentou em 300% o número de lançamentos após o início do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, em abril de 2009. `Eram cerca de 140 unidades por mês colocadas no mercado, que subiram para 550`, detalha.
Segundo ele, além do crédito mais fácil, os subsídios do programa fizeram com que mais famílias tivessem acesso aos financiamentos. `Nossos clientes conseguem, em média, subsídios de R$ 15 mil. Isso fez com que pudéssemos atender quem ganha a partir de R$ 1.500, sendo que antes era a partir de R$ 2.500`.
A construtora Cury, que já atuava nesse segmento, também viu os negócios expandirem. Anteriormente, se concentrava em condomínios voltados a programas habitacionais, como os da CDHU. Com o aumento do crédito e experiência na construção de empreendimentos de grande porte, pode se especializar também na venda direta ao cliente, que demandou condomínios mais estruturados. `Percebemos que havia muito a se fazer nesses empreendimentos, como lazer e segurança`, explica o presidente Fábio Cury.
Os condomínios, com 600 a 1.000 unidades, têm desde piscina a até quadras, churrasqueiras, salão de jogos e, mais recentemente, bibliotecas. `Montamos as salas de estudo e os moradores doam materiais para que todos possam compartilhar. É uma forma de interação`, conta o executivo.
A auxiliar administrativa Glaucia Alves da Silva, de 25 anos, comprou um apartamento em um condomínio com a biblioteca. `Achei muito interessante ter esse serviço, chamou a minha atenção porque nunca tinha visto em nenhum outro lugar. Para mim, será muito positivo porque estou sempre me atualizando, fazendo cursos de administração e línguas, e acredito que poderei trocar material com os outros moradores`.
Bairros periféricos
Para viabilizar o custo dos negócios, além de condomínios com muitas unidades, as empresas constroem em bairros periféricos, aonde os terrenos são mais baratos. O valor médio dos apartamentos e casas vendidos pela Cury é de R$ 75 mil. `Para que possamos vender para esse público, temos que recorrer aos locais mais afastados, mas que tenham infraestrutura`, detalha. A maior parte dos lançamentos está na zona leste, em bairros como Itaquera, Guaianazes, São Miguel, São Mateus, Aricanduva e Penha.
Os municípios próximos à capital paulista também concentram os lançamentos, como Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Santo André, Embu, Itapecerica da Serra e Taboão.
Com tíquete médio de R$ 145 mil, a Atua Construtora, selo econômico da Yuny, também tem a maior parte dos projetos nessas regiões. Para este ano, a previsão é lançar nove empreendimentos com cinco mil unidades --em 2009 foram cinco lançamentos e mil unidades. A maior parte deles, com dois e três dormitórios e entre 45 e 65 metros quadrados.
O reflexo da movimentação desse mercado já fez com que lançamento de imóveis de dois dormitórios na cidade de São Paulo crescesse 26,5% e chegasse a quase metade do total (43%) em 2009, segundo dados do Secovi-SP (sindicato da habitação). Ao mesmo tempo, as unidades de quatro dormitórios perderam espaço: representavam 24% dos lançamentos em 2008, número que caiu para 6% em 2009, o que mostra que de fato o setor está apostando nos imóveis mais baratos.
`As construtoras hoje conseguem fazer empreendimentos [para a baixa renda] com os utilitários do alto padrão`, afirma Maurílio Scacchetti, diretor da consultoria de imóveis HabitCasa, divisão para o segmento econômico da Lopes. Um dos fatores que torna isso possível é o tamanho dos empreendimentos, que chegam a ter mil unidades. Assim, a exclusividade em utilizar a piscina, por exemplo, é praticamente nula.
`Os acabamentos também são adaptados à realidade. Em um empreendimento do segmento econômico, a piscina será de azulejo e não de mármore, por exemplo`, acrescenta Henrique Bianco, presidente da HM Engenharia, construtora que atua exclusivamente no segmento econômico. A empresa oferece imóveis com valor médio de R$ 95 mil, sendo a maioria de dois dormitórios e com 48 metros quadrados.
Além disso, a concorrência entre as construtoras tem contribuído para as melhorias nos empreendimentos. `Com o crédito em alta, mais pessoas estão podendo comprar e a disputa entre as empresas cresceu. Quem apresentar mais diferenciais, leva a vantagem`, acrescenta Bianco.
A HM Engenharia, que além de atuar na capital está presente no interior do Estado, aumentou em 300% o número de lançamentos após o início do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, em abril de 2009. `Eram cerca de 140 unidades por mês colocadas no mercado, que subiram para 550`, detalha.
Segundo ele, além do crédito mais fácil, os subsídios do programa fizeram com que mais famílias tivessem acesso aos financiamentos. `Nossos clientes conseguem, em média, subsídios de R$ 15 mil. Isso fez com que pudéssemos atender quem ganha a partir de R$ 1.500, sendo que antes era a partir de R$ 2.500`.
A construtora Cury, que já atuava nesse segmento, também viu os negócios expandirem. Anteriormente, se concentrava em condomínios voltados a programas habitacionais, como os da CDHU. Com o aumento do crédito e experiência na construção de empreendimentos de grande porte, pode se especializar também na venda direta ao cliente, que demandou condomínios mais estruturados. `Percebemos que havia muito a se fazer nesses empreendimentos, como lazer e segurança`, explica o presidente Fábio Cury.
Os condomínios, com 600 a 1.000 unidades, têm desde piscina a até quadras, churrasqueiras, salão de jogos e, mais recentemente, bibliotecas. `Montamos as salas de estudo e os moradores doam materiais para que todos possam compartilhar. É uma forma de interação`, conta o executivo.
A auxiliar administrativa Glaucia Alves da Silva, de 25 anos, comprou um apartamento em um condomínio com a biblioteca. `Achei muito interessante ter esse serviço, chamou a minha atenção porque nunca tinha visto em nenhum outro lugar. Para mim, será muito positivo porque estou sempre me atualizando, fazendo cursos de administração e línguas, e acredito que poderei trocar material com os outros moradores`.
Bairros periféricos
Para viabilizar o custo dos negócios, além de condomínios com muitas unidades, as empresas constroem em bairros periféricos, aonde os terrenos são mais baratos. O valor médio dos apartamentos e casas vendidos pela Cury é de R$ 75 mil. `Para que possamos vender para esse público, temos que recorrer aos locais mais afastados, mas que tenham infraestrutura`, detalha. A maior parte dos lançamentos está na zona leste, em bairros como Itaquera, Guaianazes, São Miguel, São Mateus, Aricanduva e Penha.
Os municípios próximos à capital paulista também concentram os lançamentos, como Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Santo André, Embu, Itapecerica da Serra e Taboão.
Com tíquete médio de R$ 145 mil, a Atua Construtora, selo econômico da Yuny, também tem a maior parte dos projetos nessas regiões. Para este ano, a previsão é lançar nove empreendimentos com cinco mil unidades --em 2009 foram cinco lançamentos e mil unidades. A maior parte deles, com dois e três dormitórios e entre 45 e 65 metros quadrados.
O reflexo da movimentação desse mercado já fez com que lançamento de imóveis de dois dormitórios na cidade de São Paulo crescesse 26,5% e chegasse a quase metade do total (43%) em 2009, segundo dados do Secovi-SP (sindicato da habitação). Ao mesmo tempo, as unidades de quatro dormitórios perderam espaço: representavam 24% dos lançamentos em 2008, número que caiu para 6% em 2009, o que mostra que de fato o setor está apostando nos imóveis mais baratos.
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