Grupo da população de 12 a 19 anos gasta a mesada com roupas e acessórios, comida fast food e entretenimento, e planeja consumir mais nos próximos 12 meses
A população jovem brasileira que, segundo o IBGE reúne 32 milhões de pessoas, gastou no ano passado cerca de R$ 32 bilhões, montante maior que o PIB de algumas nações da América do Sul. Poder de compra que torna esse segmento um nicho de mercado altamente atrativo.
No Brasil, os jovens gastam, em média, R$ 50 por semana (R$ 200 por mês), valor que pode variar de R$ 31 na região Nordeste a R$ 54 no Sudeste (em 2008, o valor mensal era, em média, R$ 90). Essa quantia ainda é inferior aos gastos dos adolescentes de outros países que integram o BRIC, como Rússia e China, onde a média de desembolso semanal é 10% acima da brasileira. Mas a melhor notícia para as empresas que atendem o segmento é que, entre as economias emergentes, o Brasil é o único país em que os jovens pretendem gastar 50% mais nos próximos 12 meses. Essa constatação é do TRU Study 2010, levantamento anual realizado pela TNS Research International em 24 países e também no Brasil, onde foram entrevistados, em dezembro do ano passado, 1,5 mil adolescentes e jovens, de 12 a 19 anos, das classes A,B,C e D de nove regiões metropolitanas, além das principais cidades do interior de São Paulo. Em sua segunda edição, a pesquisa oferece uma visão ampla e abrangente sobre os hábitos e atitudes dessa população, mostrando sua relação com a família, com o dinheiro e com a tecnologia, entre outros temas, além de perspectivas pessoais e profissionais. Fonte de renda De acordo com o levantamento, a principal fonte de renda da maioria dos entrevistados vem prioritariamente dos pais. Apenas 20% declaram que sua renda é proveniente do trabalho. A maioria dos pesquisados (52%), estuda e vive com os pais (31% moram apenas com a mãe e apenas 3% com o pai). Esse percentual cresce nas classes A e B (67%) e cai significativamente na classe D (37%). Família Para a esmagadora maioria, a família é mais importante do que a escola e os amigos. “Entre todos os países emergentes analisados, os adolescentes brasileiros são os que mais valorizam o núcleo familiar, demonstrando menor necessidade de libertar-se dele do que nas regiões em desenvolvimento”, compara Jorge Kodja, diretor comercial da subsidiária brasileira da TNS Research International e responsável pelo estudo. Ele explica que, embora tenham aspirações semelhantes às dos jovens globais como, por exemplo, desenvolver uma carreira promissora e ganhar dinheiro rápido, eles se diferenciam pelo otimismo, reflexo de um cenário econômico mais favorável, e por maior tolerância em relação a aspectos raciais, sexuais, culturais e político-filosóficos. Como eles gastam Cada vez menos influenciados pela propaganda e mais pela opinião de amigos e comunidades virtuais, os jovens brasileiros decidem o que comprar para uso próprio e também influenciam os pais na compra de produtos para a casa – com exceção de artigos de higiene básica, como sabonete, xampu ou pasta dental, que ainda são escolhidos e comprados por outros integrantes da família. A preocupação com a aparência consome a maior parte da mesada. Roupas e acessórios lideram os gastos mensais, tanto de meninos (R$ 65) quanto de meninas (R$ 69), mas nas classes A e B esse gasto pode chegar a R$ 87. Nas categorias de saúde e beleza, restaurantes fast food e diversão, eles gastam, em média, R$ 34/mês para cada uma delas. Já com transporte público, o gasto médio (R$ 33) supera o desembolsado com telefone celular (R$ 25). Por aqui, os aspectos mais valorizados nas marcas são os mesmos das regiões desenvolvidas e do BRIC: produtos inovadores, com qualidade premium, design inteligente e despojado. As esportivas Nike (que juntamente com a Coca-Cola detém 40% da preferência nacional) e Adidas, que atendem a esses critérios, são as top-two do ranking. O maior desafio para as empresas é entender o que agrada à nova geração de consumidores, que busca produtos com padrão semelhante aos usados pelos adolescentes globais. “A regra número 1 do marketing para esse segmento é reconhecer a efemeridade de seu comportamento. Adolescente é imediatista, inconstante e levado pelas circunstâncias. Além disso, não gosta de ser estereotipado”, frisa Kodja. Na opinião do executivo, para conquistar tal clientela, é preciso buscar novas formas de relacionamento e apostar na interatividade, na transparência e na credibilidade, além de investir em produtos inovadores. Itens tecnológicos A acessibilidade está entre os sete atributos mais desejados pelos teens do BRIC. No Brasil, o celular está nas mãos de oito em cada dez adolescentes e continua aparecendo em primeiro lugar como o item tecnológico mais desejado. Enviar SMS, tirar foto e ouvir música são as funções mais utilizadas por esse público. Apenas 4% utilizam o aparelho como forma de mídia para se atualizar com o que acontece no mundo. Serviços bancários A maioria dos adolescentes não tem conta bancária nem cartão de crédito. O desejo de ter o plástico para compras com pagamento futuro (35%) supera o de ter uma conta corrente individual (31%), mas apenas 7% conseguiram realizar esse intento. O reduzido percentual de detentores de cartões de crédito, nesse grupo, se reflete diretamente na baixa incidência de compras online. Nos países do BRIC, ao menos dois terços dos teens afirmam não fazer compras pela internet. Os brasileiros, em particular, são os que demonstram maior preocupação com questões relacionadas à privacidade e segurança. Do total de entrevistados, 14% têm cartão de crédito de lojas varejistas, mas esse percentual pode chegar a 27% entre os adolescentes de 18 e 19 anos. De forma geral, eles não poupam (67%) e apenas 16% declaram ter uma caderneta de poupança – nas classes A e B esse número cresce para 26%, conclui o estudo. Sobre o estudo: O TRU (Teenage Research Unlimited) Brasil 2010 foi realizado nas nove principais regiões metropolitanas brasileiras (Grande Porto Alegre, Grande Curitiba, Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Belo Horizonte, Distrito Federal, Grande Salvador, Grande Recife e Grande Fortaleza), além de Goiânia e de cidades do interior de São Paulo. O campo da pesquisa ocorreu em dezembro de 2009. Foram investigados diferentes aspectos relacionados à vida pessoal e familiar, hábitos de consumo e marcas preferidas, mídia e perspectivas para o futuro. Para estimar o universo de jovens brasileiros de 12 a 19 anos das classes A, B, C e D foram utilizados os dados do último Censo disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) e a estimativa da população Popclock, também do IBGE.
A população jovem brasileira que, segundo o IBGE reúne 32 milhões de pessoas, gastou no ano passado cerca de R$ 32 bilhões, montante maior que o PIB de algumas nações da América do Sul. Poder de compra que torna esse segmento um nicho de mercado altamente atrativo.
No Brasil, os jovens gastam, em média, R$ 50 por semana (R$ 200 por mês), valor que pode variar de R$ 31 na região Nordeste a R$ 54 no Sudeste (em 2008, o valor mensal era, em média, R$ 90). Essa quantia ainda é inferior aos gastos dos adolescentes de outros países que integram o BRIC, como Rússia e China, onde a média de desembolso semanal é 10% acima da brasileira. Mas a melhor notícia para as empresas que atendem o segmento é que, entre as economias emergentes, o Brasil é o único país em que os jovens pretendem gastar 50% mais nos próximos 12 meses. Essa constatação é do TRU Study 2010, levantamento anual realizado pela TNS Research International em 24 países e também no Brasil, onde foram entrevistados, em dezembro do ano passado, 1,5 mil adolescentes e jovens, de 12 a 19 anos, das classes A,B,C e D de nove regiões metropolitanas, além das principais cidades do interior de São Paulo. Em sua segunda edição, a pesquisa oferece uma visão ampla e abrangente sobre os hábitos e atitudes dessa população, mostrando sua relação com a família, com o dinheiro e com a tecnologia, entre outros temas, além de perspectivas pessoais e profissionais. Fonte de renda De acordo com o levantamento, a principal fonte de renda da maioria dos entrevistados vem prioritariamente dos pais. Apenas 20% declaram que sua renda é proveniente do trabalho. A maioria dos pesquisados (52%), estuda e vive com os pais (31% moram apenas com a mãe e apenas 3% com o pai). Esse percentual cresce nas classes A e B (67%) e cai significativamente na classe D (37%). Família Para a esmagadora maioria, a família é mais importante do que a escola e os amigos. “Entre todos os países emergentes analisados, os adolescentes brasileiros são os que mais valorizam o núcleo familiar, demonstrando menor necessidade de libertar-se dele do que nas regiões em desenvolvimento”, compara Jorge Kodja, diretor comercial da subsidiária brasileira da TNS Research International e responsável pelo estudo. Ele explica que, embora tenham aspirações semelhantes às dos jovens globais como, por exemplo, desenvolver uma carreira promissora e ganhar dinheiro rápido, eles se diferenciam pelo otimismo, reflexo de um cenário econômico mais favorável, e por maior tolerância em relação a aspectos raciais, sexuais, culturais e político-filosóficos. Como eles gastam Cada vez menos influenciados pela propaganda e mais pela opinião de amigos e comunidades virtuais, os jovens brasileiros decidem o que comprar para uso próprio e também influenciam os pais na compra de produtos para a casa – com exceção de artigos de higiene básica, como sabonete, xampu ou pasta dental, que ainda são escolhidos e comprados por outros integrantes da família. A preocupação com a aparência consome a maior parte da mesada. Roupas e acessórios lideram os gastos mensais, tanto de meninos (R$ 65) quanto de meninas (R$ 69), mas nas classes A e B esse gasto pode chegar a R$ 87. Nas categorias de saúde e beleza, restaurantes fast food e diversão, eles gastam, em média, R$ 34/mês para cada uma delas. Já com transporte público, o gasto médio (R$ 33) supera o desembolsado com telefone celular (R$ 25). Por aqui, os aspectos mais valorizados nas marcas são os mesmos das regiões desenvolvidas e do BRIC: produtos inovadores, com qualidade premium, design inteligente e despojado. As esportivas Nike (que juntamente com a Coca-Cola detém 40% da preferência nacional) e Adidas, que atendem a esses critérios, são as top-two do ranking. O maior desafio para as empresas é entender o que agrada à nova geração de consumidores, que busca produtos com padrão semelhante aos usados pelos adolescentes globais. “A regra número 1 do marketing para esse segmento é reconhecer a efemeridade de seu comportamento. Adolescente é imediatista, inconstante e levado pelas circunstâncias. Além disso, não gosta de ser estereotipado”, frisa Kodja. Na opinião do executivo, para conquistar tal clientela, é preciso buscar novas formas de relacionamento e apostar na interatividade, na transparência e na credibilidade, além de investir em produtos inovadores. Itens tecnológicos A acessibilidade está entre os sete atributos mais desejados pelos teens do BRIC. No Brasil, o celular está nas mãos de oito em cada dez adolescentes e continua aparecendo em primeiro lugar como o item tecnológico mais desejado. Enviar SMS, tirar foto e ouvir música são as funções mais utilizadas por esse público. Apenas 4% utilizam o aparelho como forma de mídia para se atualizar com o que acontece no mundo. Serviços bancários A maioria dos adolescentes não tem conta bancária nem cartão de crédito. O desejo de ter o plástico para compras com pagamento futuro (35%) supera o de ter uma conta corrente individual (31%), mas apenas 7% conseguiram realizar esse intento. O reduzido percentual de detentores de cartões de crédito, nesse grupo, se reflete diretamente na baixa incidência de compras online. Nos países do BRIC, ao menos dois terços dos teens afirmam não fazer compras pela internet. Os brasileiros, em particular, são os que demonstram maior preocupação com questões relacionadas à privacidade e segurança. Do total de entrevistados, 14% têm cartão de crédito de lojas varejistas, mas esse percentual pode chegar a 27% entre os adolescentes de 18 e 19 anos. De forma geral, eles não poupam (67%) e apenas 16% declaram ter uma caderneta de poupança – nas classes A e B esse número cresce para 26%, conclui o estudo. Sobre o estudo: O TRU (Teenage Research Unlimited) Brasil 2010 foi realizado nas nove principais regiões metropolitanas brasileiras (Grande Porto Alegre, Grande Curitiba, Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Belo Horizonte, Distrito Federal, Grande Salvador, Grande Recife e Grande Fortaleza), além de Goiânia e de cidades do interior de São Paulo. O campo da pesquisa ocorreu em dezembro de 2009. Foram investigados diferentes aspectos relacionados à vida pessoal e familiar, hábitos de consumo e marcas preferidas, mídia e perspectivas para o futuro. Para estimar o universo de jovens brasileiros de 12 a 19 anos das classes A, B, C e D foram utilizados os dados do último Censo disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) e a estimativa da população Popclock, também do IBGE.
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