A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia global da gripe suína, causada pelo vírus H1N1, em uma reunião de emergência nesta quinta-feira, em Genebra.
A decisão de elevar o nível de alerta da fase 5 para a 6, o máximo da escala, foi tomada porque o vírus demonstra crescimento sustentado em pelo menos duas regiões do mundo.
Pelas regras da OMS, a fase 5 significa que o vírus se propaga de pessoa para pessoa em pelo menos dois países de uma mesma região. Quando a propagação de pessoa para pessoa passa a ser registrada em, no mínimo, um país de outra região, a OMS deve elevar o nível para a fase 6, que caracteriza uma pandemia.
A diretora geral da OMS, Margaret Chan, disse porém que a decisão de declarar pandemia não significa que a doença esteja mais severa ou causando mais mortes do que antes.
"Nós temos evidências que sugerem que estamos diante da primeira pandemia do século 21", disse Chan. "Passar para a fase 6 de pandemia não significa que vamos ver aumento de mortes ou casos graves."
Desde abril, quando foi registrada pela primeira vez, no México, a doença já afetou 28.774 pessoas em 74 países e causou 144 mortes, segundo o último balanço da OMS, divulgado nesta quinta-feira.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, já há 52 casos confirmados. Em entrevista coletiva, a ministra interina da Saúde, Márcia Bassit, disse que "a transmissão no Brasil permanece limitada e sem sustentabilidade".
De acordo com a ministra, 75% dos casos brasileiros são importados (de pessoas que vieram de países afetados) e muitos pacientes já receberam alta.
"Também é importante destacar que o Brasil se antecipou a todas as medidas recomendadas pela OMS. Por isso, a nova situação não muda em nada os procedimentos que o governo brasileiro adotou para a vigilância, diagnóstico e tratamento da doença", afirmou Bassit.
Ansiedade
Essa é a primeira pandemia oficial declarada desde 1968, quando um surto de gripe causou a morte de mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo.
No entanto, conforme a OMS, a atual pandemia parece ser menos agressiva, causando gripe leve na maioria dos casos.
Segundo a correspondente da BBC em Genebra, Imogen Foulkes, o desafio para a OMS agora será conter a ansiedade global que deverá ser provocada pelo anúncio de pandemia e oferecer aconselhamento aos países afetados.
A diretora geral da OMS disse que é importante encontrar um meio termo entre complacência e vigilância e que as estratégias para lidar com a pandemia devem variar em cada país, dependendo de suas condições específicas.
Chan também voltou a afirmar que a OMS não recomenda o fechamento de fronteiras nem qualquer restrição ao movimento de pessoas, bens ou serviços.
Ela disse ainda que o cenário pode mudar rapidamente. "Nenhuma pandemia anterior foi detectada tão rapidamente ou monitorada tão atentamente", afirmou.
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