Os motéis japoneses, conhecidos como “hotéis do amor” estão atraindo a atenção dos investidores por se mostrarem capazes de resistir à recessão econômica.
Estimativas apontam que o vasto mercado dos motéis japoneses – cerca de 25 mil em todo o país – movimenta cerca de US$40 bilhões (R$78 bi) todos os anos.
Ao contrário do mercado hoteleiro comum no país, que sofreu perdas desde o início da crise global, a indústria dos hotéis do amor está se mostrando mais resistentes às oscilações da economia mundial.
“Alguns hotéis sofreram com a recessão, mas não os hotéis do amor”, disse Joichiro Mochizuki, executivo de uma empresa proprietária de diversos motéis em Tóquio.
“Em um dos nossos hotéis tivemos uma perda de 3 a 4%, mas mantivemos a taxa de ocupação dos quartos em 400%, ao contrário dos hotéis de negócio ou de turismo”, disse Mochizuki.
Esse nível de ocupação significa que cada quarto é usado, em média, quatro vezes ao dia, contribuindo para as 500 milhões de visitas que os motéis japoneses recebem anualmente.
Assim como os motéis brasileiros, os “hotéis do amor “ no Japão oferecem diversas opções aos clientes, como suítes temáticas e privacidade no atendimento.
Um deles é dedicado aos fãs do filme Titanic, com arquitetura em formato de um navio e duas estátuas em tamanho real de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, protagonistas do filme, na proa da embarcação.
Oportunidade
O empresário britânico Steve Mansfield, dono da empresa Japan Leisure Hotels, que conta com seis hotéis da categoria, afirma que vê grande potencial nessa indústria e pretende investir ainda mais no mercado.
O empresário conta que prefere o termo “hotéis de lazer” em vez de “hotéis do amor”.
“Quando olhamos para o mercado e vimos a fragmentação – 90% dos proprietários possuem cinco ou menos hotéis, pensamos que seria interessante”, disse.
“Aqui está uma indústria gigante que não tem líder no mercado e onde há uma grande possibilidade de consolidação”, disse Mansfield.
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