quarta-feira, 15 de julho de 2009

Reservas da China ultrapassam US$ 2 trilhões

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Notas de yuan

China acrescentou US$ 185,6 bi às suas reservas no primeiro semestre

As reservas em moeda estrangeira da China alcançaram a marca de US$ 2,13 trilhões em junho - um aumento de 17,84% em relação ao mesmo período do ano passado- informou nesta quarta-feira o Banco Central do país.

Somente na primeira metade deste ano a China acrescentou US$ 185,6 bilhões às suas reservas.

Entre janeiro e junho de 2008, no entanto, o acúmulo havia sido de algo em torno de US$ 280 bilhões.

Apesar de a China vir registrando queda nas exportações desde o começo do ano, apenas no mês passado, junho, o país conseguiu elevar as suas reservas em US$ 42,1 bilhão, um montante US$ 30,2 bilhões superior em relação a junho de 2008.

As vendas ao exterior desaceleraram 21,8% de janeiro a junho em comparação ao primeiro semestre do ano passado.

A forte queda nas importações e a retomada do fluxo de entrada de investimento estrangeiro direto contribuíram decisivamente para o saldo positivo na balança comercial, fonte de divisas para o acúmulo de reservas.

Investimento

Dona das maiores reservas do mundo, a China investe cerca de um terço desse montante em títulos do governo norte-americano.

Segundo dados da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, em abril de 2009 a China possuía US$ 763,5 bilhões em títulos da dívida americana.

De acordo com as estatísticas do governo americano, a China é atualmente a maior credora de Washington, seguida pelo Japão, que detém US$ 685,9 bilhões em títulos.

A China conquistou a liderança em setembro do ano passado, quando totalizou US$ 618,2 bilhões investidos, contra US$ 617,5 bilhões do Japão.

Crise

A crise mundial e a má situação da economia dos Estados Unidos têm contribuído para que o dólar não se mostre um retorno eficiente aos chineses.

Os lideres do partido comunista já expressaram insegurança quanto à moeda americana e disseram querer diversificar os investimentos, diminuindo a dependência do dólar.

Em março, o primeiro-ministro Wen Jiabao pediu que Washington "garantisse a segurança dos investimentos chineses", se referindo aos títulos do tesouro.

Em abril, a China se desfez de US$ 4,4 bilhões em papéis, o que puxou pra baixo a cotação da moeda americana naquele momento.

Agora Pequim está mobilizando a comunidade mundial para criação de uma nova moeda, que não esteja atrelada ao desempenho econômico de apenas um país.

A criação de uma moeda supra-nacional "é um objetivo antigo da China", disse o diplomata Chen Daofu, do Conselho de Estado da China, ao jornal estatal China Daily em abril, durante o encontro do G20 em Londres.

Além disso a China, junto com outros emergentes como o Brasil e a Argentina, está se articulando para fazer trocas comerciais utilizando as moedas próprias nas transações.

Até o momento, mais de seis países já assinaram acordos de swap, que garante a troca de remessas em moedas próprias entre os bancos centrais de ambos os lados permitindo que pagamentos internacionais sejam feitos sem o uso do dólar.

Analistas acreditam que a intenção chinesa não é apenas diversificar as reservas, mas também aproveitar o mau momento econômico dos Estados Unidos para enfraquecer a importância política da moeda norte-americana.

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