O jogador Ronaldinho Gaúcho perdoou o hacker brasileiro que confessou ter tentado desviar cerca de R$ 2 milhões de sua conta bancária e que foi a julgamento nesta quarta-feira em Barcelona.
Segundo os advogados da família do jogador do Milan, Ronaldinho "considerou positivamente o atenuante da confissão" de Ewerton Camargo Rodrigues e não tem interesse em ver o hacker na cadeia.
O hacker deve agora ter sua pena reduzida pela tentativa de crime, ocorrida em 2007.
O julgamento durou apenas meia hora. O hacker disse ao juiz que está arrependido e pediu desculpas à família de Ronaldinho.
"Peço perdão pelo que fiz. Eu sei que cometi um erro grave, mas já conversei com o Ronaldinho e o Assis (Roberto de Assis, irmão e representante do jogador) e ficou tudo acertado", afirmou durante o depoimento.
Nos próximos dias o juiz deve emitir a sentença.
O caso
Em 2007, Ewerton procurou Ronaldinho depois de um treino do Barcelona e começou com ele uma relação entre fã e ídolo.
Após este contato, depois de frequentar treinos e eventos dos quais o jogador participava na Espanha, o hacker conheceu Roberto de Assis.
Num destes encontros, Ewerton ofereceu a Assis seus serviços como segurança particular e recebeu um cartão de visitas do irmão do jogador com um endereço eletrônico para contato.
Segundo os advogados, o hacker brasileiro conseguiu acessar os emails de Ronaldinho, de Assis, da irmã de ambos, Deisi, e da mãe do atleta, dona Miguelina.
Ewerton então descobriu que era Deisi quem fazia pagamentos e transferências bancárias para o jogador, usando a internet.
Ele acessou uma dessas contas correntes usadas por ela em setembro de 2007, autorizando uma transferência de 800 mil euros (cerca de R$ 2 milhões) para a conta de uma terceira pessoa de passaporte português, que está foragida.
A operação só não foi efetuada porque no dia a conta tinha apenas 35 mil euros (aproximadamente R$ 90 mil) e, quando houve mais dinheiro na semana seguinte, Deisi conseguiu bloqueá-la no banco, afirmando que não tinha autorizado a transferência.
Antes do julgamento, a acusação pedia quatro anos e nove meses de prisão para Ewerton por tentativa de fraude, falsidade ideológica e delito informático.
Mas a promotoria pública revisou o pedido de condenação, rebaixando-o de cinco anos para três, e solicitou uma multa entre 3 mil e 12 mil euros (entre R$ 10 mil e R$ 30 mil).
Os advogados de defesa pedem a pena mínima de um ano e meio de prisão, que o hacker não necessitaria cumprir por não ter antecedentes penais.
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