segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Com salários de até R$ 4.500 e boas chances, programas de trainee abrem inscrições.

0

A temporada de inscrições para os programas de trainees começa neste semestre, e muitos jovens recém-formados têm a chance de dar o pontapé inicial em seu plano de carreira. Grandes companhias do país, como AmBev, Unilever e Gafisa, contam com essa seleção para formar, mais à frente, seu quadro de funcionários do alto escalão.

`O programa de trainee é uma das principais portas de entrada da companhia. Cerca de 98% dos nossos níveis de liderança são oriundos de promoção interna`, afirma Thiago Porto, gerente de Desenvolvimento de Gente da Ambev. Na Gafisa, cerca de 70% dos atuais coordenadores de obras, gerentes e diretores começaram suas carreiras como estagiários ou trainees.

De acordo com a Companhia de Talentos, que realiza parte dos processos de seleção em nome das companhias, apenas no segundo semestre serão abertas as inscrições para 26 programas, somando mais de 500 vagas no país.

`O programa de trainee é um caminho vantajoso, uma forma de iniciar a carreira sem ter experiência prévia. As companhias se prontificam a preparar o recém-formado para o negócio da empresa`, diz Marcio Vinycius Pereira, consultor de recrutamento e seleção da Companhia de Talentos, do grupo DMRH.

A maioria dos programas treina os inscritos nas mais diversas áreas da companhia, conferindo ao profissional um conhecimento mais profundo sobre o negócio. Por conta disso, de acordo com Pereira, é comum que o trainee tenha uma vaga estratégica na empresa reservada mais à frente, `já que tem uma visão sistêmica da empresa.`

O engenheiro Eduardo Rodrigues, 28, participou do programa da Gafisa há cinco anos. Terminado o treinamento, foi contratado como coordenador de vendas, se tornando gerente de projetos da construtora e incorporadora cerca de um ano depois.

Para ele, o programa acelerou bastante o processo de promoção dentro da empresa. `O trainee é uma boa oportunidade, primeiro pela formação que o programa proporciona, e também pela projeção que isso gera dentro da companhia`, afirma. `Hoje, estou bem colocado no mercado. Da minha turma de faculdade, poucos têm hoje cargo de gerente.`

DICAS

Mas, com tantos atrativos, esses programas costumam ser mais concorridos que as provas de vestibular no país. Em 2009, 128.144 inscritos disputaram 10.622 vagas no vestibular da USP (Universidade de São Paulo). Na Unilever, 48.500 pessoas disputaram apenas 28 vagas de trainee no ano passado. O salário para os aprovados neste ano é de R$ 4.500.

Na AmBev, o número de concorrentes chegou a 60.133, que resultou em apenas 26 contratados.

O superintendente do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Eduardo de Oliveira, afirma que autenticidade é essencial na hora de participar de um processo de seleção como este. `Nada de querer fazer tipos ou inventar alguma coisa que não seja verdadeira`, afirma.

Além disso, o candidato deve investir em sua formação e em atividades extracurriculares, como trabalho voluntário ou experiências no exterior. Tudo para garantir um diferencial frente a tantos concorrentes. `Autenticidade num processo desses é efetivamente o que vale. E boa formação, não só acadêmica mas também o conhecimento adquirido fora da sala de aula.`

Pereira, da Companhia de Talentos, acrescenta que, além disso, um ingrediente comportamental importante para fazer a diferença é humildade. `Pode parecer chavão, mas, se você pensar bem, o cargo exige isso. Para fazer `job rotation` [trabalhar em diversas áreas da empresa], respeitar os profissionais que já estão lá dentro. É importante saber que você terá de galgar degraus até atingir seus objetivos.`

Veja as empresas que estão recebendo inscrições para os programas de trainee:

* 3M - até 31 de agosto
* ALL - até 27 de agosto
* AmBev - até 7 de setembro
* Bosch - até 2 de setembro
* C&A - até 9 de setembro
* CCR - até 29/08
* Citi - até 30 de setembro
* Camargo Corrêa - até 23 de agosto
* Dow - até 14 de setembro
* Gafisa - até 22 de agosto
* GE - até 7 de setembro
* Gerdau - até 1º de setembro
* Grupo Abril - até 31 de agosto
* Grupo Bimbo - até 30 de agosto
* International Paper - até 14 de setembro
* GS&MD - até 10 de setembro
* Itaú - até 30 de agosto
* Johnson&Johnson - até 8 de setembro
* Magnesita - até 31 de agosto
* Minerva - até 3 de setembro
* Riachuelo - até 31 de agosto
* Souza Cruz - até 25 de agosto
* Unilever - até 1º de setembro
* Vivo - até 13 de setembro
* Votorantim Industrial - até 24 de setembro

ESTÁGIOS

Para aqueles que ainda não se formaram mas têm interesse em começar a trabalhar na área ou empresa de interesse, os programas de estágio são uma boa oportunidade. `O estágio e o trainee são ambos portas de entrada no mercado de trabalho, mas cada processo de seleção tem seu nível de dificuldade`, afirma Pereira.

Veja algumas empresas que também oferecem programas de estágio:

* Alcoa - até 31 de agosto
* Alstom - até 17 de setembro
* Arcelor-Mittal - até 16 de agosto
* CPFL - até 3 de setembro
* CPM Braxis - até 26 de agosto
* Eaton - até o preenchimento das vagas
* ExxonMobil - até 31 de agosto
* Marsans - até 20 de agosto
* Motorola - entre 16 de agosto e 30 de novembro
* Nestlé - até 1º de setembro
* Ogilvy - até 20 de agosto
* Oxiteno - até 12 de setembro
* Pirelli - até 2 de setembro
* Promom Engenharia até 31 de agosto
* Rhodia - até 31 de agosto
* Siemens - até 5 de setembro
* Volkswagen - até 15 de setembro

Para maioria dos brasileiros, cartão de débito ajuda a controlar despesas.

0

SÃO PAULO – O cartão de crédito é uma forma de controlar as despesas para 67% dos brasileiros. O resultado é de uma pesquisa realizada pela Visa, que mostrou como os consumidores se comportam em relação aos seus gastos semanais.

Cerca de 72% dos entrevistados procuram usar o cartão de débito em vez de dinheiro, sempre que possível. A preferência é justificada pela facilidade de controle dos gastos, uma vez que 79% acreditam que o pagamento de suas despesas com cartão de débito ajuda a mantê-los dentro do orçamento mensal.

A pesquisa mostrou ainda que mais da metade dos brasileiros (53%) acredita que checar os gastos com cartão de débito pela internet ajuda a mantê-los dentro do orçamento.

Maior controle

“Os consumidores estão se tornando cada vez mais conscientes dos benefícios do uso de cartões de débito Visa Eléctron, entendendo que eles podem fornecer uma maneira fácil, eficaz e segura para acessarem seu dinheiro, melhorando a gestão do orçamento e permitindo maior controle sobre seus gastos”, declarou o diretor de produtos da Visa América Latina e Caribe, José Maria Ayuso.

Segundo a companhia, o volume de transações com cartão de débito Visa Electron cresceu 23% no Brasil nos três primeiros meses deste ano. A pesquisa mostra ainda que 40% dos consumidores brasileiros usam seus cartões de débito para despesas pessoais e domésticas e, para 16%, esse é o principal método de pagamento para esse tipo de compras.

Diárias de hotéis vão ficar mais caras.

0

Preços subiram 10% mesmo em um ano de crise como 2009; falta de investimentos deve manter tarifas em escalada


João Sandrini

São Paulo - As diárias médias cobradas pelos hotéis brasileiros tiveram um reajuste de 10,4% no ano passado, para 181 reais. O aumento aconteceu apesar de a crise ter derrubado a taxa média de ocupação dos hotéis em 1,4 ponto percentual, para 63%. Com o pequeno número de novos projetos em andamento, a tendência é que os preços das diárias continuem nos próximos anos o movimento de escalada iniciado em 2005.

Essas são as principais conclusões do estudo `Hotelaria em Números - Brasil 2010`, elaborado pela Jones Lang LaSalle Hotels, líder mundial em consultoria para investimentos em hotelaria. O levantamento, obtido por EXAME, mostra que a crise mundial causada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos reduziu a ocupação dos hotéis brasileiros, mas um movimento de reversão começou a ser percebido no segundo semestre do ano passado. Em 2010, a tendência de crescimento se acentuou. Entre janeiro e maio, a receita por quarto dos hotéis brasileiros registrou um aumento de 15%, segundo o Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

A forte expansão está diretamente atrelada ao bom momento da economia brasileira. Governo e bancos de investimentos estimam que a expansão do PIB neste ano deva ficar próxima a 7%, uma das maiores das últimas décadas. Para que o aumento da demanda por quartos não gerasse pressão sobre os preços, seriam necessários volumosos investimentos.

Mas não é isso que se vê no setor. Existem atualmente 153 projetos hoteleiros em construção ou em fase adiantada de planejamento no Brasil. São no total 24.147 novos apartamentos a serem colocados à disposição dos hóspedes nos próximos anos, o que representa um acréscimo de apenas 5,5% à rede hoteleira já instalada no país. `O crescimento dos índices de ocupação e da diária média, a melhoria da economia e o baixo aumento da oferta hoteleira indicam uma tendência de expansão significativa da receita dos hotéis nos próximos três anos`, diz Ricardo Mader, sócio da Jones Lang LaSalle.

domingo, 15 de agosto de 2010

Cartões de crédito `premium´ dobram em seis anos no Brasil.

0

Os cartões de crédito para pessoas com maior poder aquisitivo, classificados como `Premium`, são os que mais crescem no país.
Segundo dados do Banco Central, esses cartões representam 4,5% do total. É praticamente o dobro do verificado há seis anos.

Esses clientes são responsáveis por 13,5% da quantidade de transações e por 40% das receitas geradas pelos cartões.
De acordo com as empresas do setor, o crescimento dessa base é um fenômeno em toda a América Latina e não só no Brasil, puxado pela melhora na renda e pela estabilidade financeira na região.

São considerados `Premium` desde cartões `platinum`, cuja renda mínima varia de R$ 5.000 a R$ 7.500, até produtos que exigem renda superior a R$ 20 mil, como Visa Infinite e MasterCard Black, entre outros.

O crescimento desse grupo se deu, principalmente, sobre cartões para a classe média (`gold`), classificados como `intermediários` e com exigência de renda a partir de R$ 2.000 por mês.

Na disputa por clientes de maior renda, bancos e empresas de cartões investem, principalmente, em benefícios e vantagens ligados a viagens, seguros e diversão.

Um dos principais atrativos é a possibilidade de acumular mais pontos em programas de fidelidade, que permitem a compra de produtos ou bilhetes de companhias aéreas.

Enquanto um cartão `gold` gera apenas um ponto para cada dólar gasto, o produto para alta renda oferece pelo menos 50% a mais de pontuação para o mesmo valor de compras. No caso dos cartões `top`, esse benefício é mais do que o dobro.

Embora não haja um perfil definido para esses consumidores, as empresas identificam nesses clientes pessoas em busca de `experiências exclusivas`.

`Esse cliente não quer apenas ir ao shopping para fazer compras. Alguns viajam várias vezes por ano ao exterior, buscam serviços, querem ter um produto que é aceito`, diz o vice-presidente de produtos da MasterCard, Maurício Alves.

EVENTOS ESPECIAIS

Além de parcerias com companhias aéreas e casas de espetáculos, é cada vez maior o número de projetos em conjunto com marcas famosas e grifes internacionais para promover eventos especiais para esses clientes.

`Precisamos garantir que a oferta de serviços seja a melhor para esses clientes`, diz Percival Jatobá, diretor-executivo de produtos da Visa.

Outra característica que acirra a competição por esses clientes é que muitos têm mais de um cartão. Não só para ampliar o limite de crédito, mas também para obter benefícios diferentes com empresas áreas, montadoras de veículos e estabelecimentos comerciais.

A empresária Fabiola Lacerda Abdala é um desses clientes que trocaram o cartão comum por outro com mais benefícios.

Como a maioria, ela possui dois cartões. Utiliza mais aquele que oferece uma pontuação maior para trocar por milhas aéreas. Deixa o outro, da bandeira concorrente, para ter mais opções de aceitação e datas diferentes para pagar a fatura.

TV paga brasileira é 171% mais cara que a da Argentina, aponta Ancine.

0

Manoel Rangel afirma que o PLC 116 acaba com entraves artificiais à concorrência, que aumentam os preços


A TV por assinatura brasileira é muito cara, e a culpa não são os impostos, mas sim a falta de concorrência, apontou hoje o presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Manoel Rangel.


Conforme levantamento feito pela entidade com pacotes de programação equivalentes de operadoras de TV por assinatura que atuam nas capitais de Portugal, Espanha, Chile, Argentina, e no Rio de Janeiro (no Brasil), constatou-se que o Brasil é o país que cobra mais caro pelo serviço. A Ancine analisou os segundos pacotes mais baratos oferecidos pelas empresas Zon e Portugal Telecom, em Portugal; Digital+ e Telecable, na Espanha; Direct Chile, Telmex Chile e VTR, no Chile; Cablevision e Direct Argentina, na Argentina; e NET, Sky, TVA, Embratel e Oi, no Rio de Janeiro e constatou que o pacote dos brasileiros é 30% mais caro do que o pacote chileno; 70% mais caro do que a programação oferecida por Portugal e Espanha e 171% mais caro do que os canais argentinos. `Em 2007, a situação era muito pior`, assinalou Rangel, salientado que os preços, embora ainda muito altos, só caíram após o ingresso de dois novos competidores no mercado brasileiro a partir do ano passado.


Conforme a Ancine, o preço por canal de TV paga no Rio de Janeiro em 2007 variava de R$ 1,92 a R$ 6,94, enquanto na Espanha ele ficava entre R$ 1,51 a R$ 1,26; em Portugal, R$ 1,07 a R$ 1,24; no Chile, entre R$ 0,70 a R$ 1,81 e na Argentina, entre R$ 0,60 a R$ 0,80. Em 2010, os pacotes brasileiros caíram para R$ 1,97 a R$ 2,89 enquanto em Portugal e Espanha os preços variam entre R$ 0,81 e R$ 1,80 e na Argentina e Chile entre R$ 0,51 a R$ 1,24. `Não houve nenhuma mudança tributária neste período, o que significa que a concorrência é muito mais importante para a formação de preços do que os impostos`, completou o presidente da Ancine.


No entender de Rangel, esses valores demonstram que há, no mercado brasileiro, entraves à competição nas duas camadas que formam o segmento de TV por assinatura , que são a camada da agregação do conteúdo produzido (com as atividades da produção, programação e empacotamento) e a segunda camada, do provimento e distribuição deste conteúdo. `As falhas de mercado se dão nas duas direções: na distribuição, que não tem acesso aos conteúdos relevantes para a competição, e consequentemente não expandem a rede e serviços; e na outra direção, os agentes econômicos da produção e programação ficam sem o acesso às redes, o que os impede de ampliar os investimento`, completou.


Para o presidente da Ancine, entre os méritos do PL 116 (que permite o ingresso das teles no mercado de TV a cabo, estimula o conteúdo audiovisual nacional e distingue os produtores dos distribuidores de conteúdo) é que ele permite o surgimento de outros atores no mercado, além de propiciar um ambiente adequado para a ampliação do investimento privado nas redes e na produção audiovisual. `O conteúdo brasileiro deve estar aberto ao maior número possível de agentes econômicos. Não importa a plataforma`, completou.

Abuso de autoridade em operação policial gera indenização por danos morais.

0

A 1ª Turma Cível do TJDFT manteve decisão da juíza da 3ª Vara da Fazenda Pública do DF, que condenou o Distrito Federal a pagar 20 mil reais de indenização a um homem vítima de abuso de autoridade em operação realizada por policiais civis do DF. A decisão colegiada foi unânime e não cabe mais recurso ao Tribunal.

O autor narra que no dia 16/5/2005, por volta das 5h50, foi acordado pela ação de policiais civis, que adentraram sua residência portando armas de grosso calibre e dando-lhe ordem de prisão. O homem alega que, durante a operação policial, foi agredido, algemado e só depois de muita insistência e intenso bate-boca com os agentes conseguiu ter acesso ao mandado de prisão, no qual constava o nome de outra pessoa. Acrescenta que, mesmo após descobrirem o equívoco, os agentes públicos vasculharam sua residência antes de se retirarem.

Após perder a demanda em 1ª Instância, o Distrito Federal recorreu da sentença condenatória alegando que os policiais simplesmente cumpriam determinação judicial, em cujo mandado de prisão constava o endereço da diligência realizada. De acordo com o apelante: `Se no mandado constava endereço diverso daquele em que se deveria cumprir a tarefa, tal equívoco não é de responsabilidade da Polícia Civil, mas da autoridade judiciária`.

O relator do recurso, no entanto, afirma que pelos elementos do processo a busca e apreensão, da qual culminou toda a celeuma, não foi determinada de ofício pelo juiz criminal tampouco a requerimento do Ministério Público. De acordo com o desembargador, o próprio mandado indica que foi expedido em face de representação do Delegado de Polícia. Logo: `É absolutamente impertinente atribuir o fato ocorrido a um erro judiciário`, conclui.

Quanto ao dano moral, o colegiado afirma que no caso dos autos `houve uma quebra da lógica compartilhada por todos, na qual a casa é o ambiente seguro, de paz e tranqüilidade, enquanto a rua representa o mundo público, hostil e cheio de surpresas`.

Testemunhas arroladas no processo, que acompanharam a operação, confirmaram a dinâmica dos fatos. Segundo os depoimentos, os policiais, ao raiar do dia, arrebentaram o portão de acesso da residência do autor, fizeram a abordagem com armas de grosso calibre, ordenaram que o homem colocasse as mãos na cabeça, tudo isso na presença de seu filho e sua esposa, despertados pela gritaria. Uma delas ainda afirma que `todos ali residentes ficaram desesperados com a situação.` Nenhuma das testemunhas soube dizer se houve pedido de desculpas após a descoberta do equívoco.

A decisão colegiada considera que os motivos alegados pelo autor para pleitear o dano moral sofrido são suficientes para configurar a responsabilidade do Estado. Portanto, para os julgadores, a sentença condenatória não merece reparo.

Nº do processo: 20050110905124

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Aprovada em concurso que não foi chamada no tempo devido será indenizada.

0

Comprovado que o Município negligenciou a nomeação de candidato regularmente aprovado em concurso público, o ente estatal deve, além de investi-lo no cargo, indenizá-lo no valor correspondente à soma dos vencimentos que teria auferido, se houvesse sido investido no momento oportuno.

Com esse entendimento, a 4ª Câmara de Direito Público do TJ manteve sentença da Comarca de São José do Cedro, que condenou o município de Princesa ao pagamento de indenização por danos materiais - compreendidos os salários relativos a 20 horas semanais, do período de 25 de fevereiro de 2005 a 30 de outubro de 2005, férias proporcionais, e, por fim, décimo terceiro salário proporcional -, em benefício de Fabiana Aparecida Bernardes.

A autora foi aprovada em 6º lugar no Processo Seletivo n. 01/2005 daquele Município, para o cargo de professora de educação infantil. Porém, foi preterida na ordem de nomeações e não foi chamada para ocupar o respectivo cargo. Apesar do fato, relata que foi contratada pela Prefeitura em novembro de 2005, após impetrar mandado de segurança, em que restou reconhecida a irregularidade perpetrada.

O Município, em contestação, sustentou que a candidata não foi devidamente nomeada porque não atendeu ao chamado. Ademais, asseverou que houve a revogação do ato administrativo que nomeou irregularmente outras candidatas, o que acarretou a contratação da autora no dia 1º de novembro de 2005.

“Tendo em vista a nítida ofensa havida, resta evidenciado o nexo causal entre o fato havido e o dano sofrido pela recorrida, emergindo, em consequência, o dever de indenizar, o qual dispensa, em atenção à responsabilidade objetiva estatal, a comprovação de dolo ou culpa”, concluiu o relator da matéria, desembargador substituto Rodrigo Collaço. A votação foi unânime. (Ap. Cív. n. 2007.001560-0)

Desconto de pré-datado gera dano moral .

0

O juiz da 18ª Vara Cível de Belo Horizonte, Paulo Rogério de Souza Abrantes, condenou a empresa BH Veículos Ltda ao pagamento de uma indenização por danos morais à Associação dos Proprietários de Veículos de Minas Gerais. A Associação requereu indenização no valor de R$ 15 mil, por ter passado um cheque para a empresa, que não respeitou as datas de vencimento do título.

A requerente alega que emitiu dois cheques no valor de R$ 12.152 cada, para indenizar um associado que teve seu carro furtado. O beneficiado utilizou o mesmo cheque, que estava pré-datado, para adquirir um novo automóvel, repassando-o à BH Veículos. No entanto, a ré não observou a data futura para desconto do cheque e apresentou o título ao banco, o que resultou na devolução do mesmo, por falta de fundos. A Associação sustou o pagamento do cheque para evitar uma segunda apresentação e o consequente encerramento de sua conta. A autora se sentiu lesada, uma vez que se trata de uma instituição que movimenta grandes quantias e nunca teve cheques devolvidos.

A BH Veículos contestou a ação alegando que o dano não foi devidamente comprovado, uma vez que tudo não passou de mero dissabor, e que a negativação do crédito da requerente não se efetivou, tampouco o encerramento da conta bancária. Declarou ainda que o cheque caracteriza título de crédito de ordem de pagamento à vista.

O magistrado citou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que casos semelhantes são passíveis de indenização por danos morais, considerando a pré-datação de cheques, uma prática costumeira no país e que deve ser respeitada. “Esse costume ganhou força no Brasil e passou a ser reconhecido como válido, tanto em juízo como fora dele”, argumentou o juiz.

Na decisão, foi destacado o abalo do crédito que a autora sofreu junto à instituição bancária, causado pela devolução do cheque, que fica registrada, inclusive, no Banco Central e que pode afetar futuras análises de crédito. O magistrado constatou também a inegável negligência e imprudência da ré em apresentar o cheque antes da data prevista. O juiz não acatou qualquer alegação de que a BH Veículos não tenha tomado conhecimento da pré-datação, uma vez que essa condição estava nitidamente visível no título.

Por se tratar de fato que permaneceu restrito ao conhecimento dos envolvidos, não tomando proporções maiores, o abalo foi considerado de pequena relevância e o valor da indenização foi fixado em R$ 5 mil.

Por ser de 1ª Instância, essa decisão está sujeita a recurso.